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2min e 20s de leitura

Segurando o ímpeto de programar as soluções eu mesmo

Atualmente, meu cargo é de Gerente de Desenvolvimento de eCommerce. Antes disso, nessa mesma empresa em que trabalho, já passei por outros cargos:

  • Arquiteto de Sistemas Online & eCommerce;
  • Líder Técnico de Desenvolvimento de eCommerce;

Em ambos os cargos, apesar de já exercer uma posição de liderança na equipe, ainda mantinha a maioria do tempo em que criava soluções por conta própria. Avaliava problemas, criava MVPs, avaliava conceitos e ideias, testava e revisava código.

Cerca de 70% do meu tempo era assim. Os outros 30% estavam em reuniões com equipes diversas, registrando as funcionalidades e decisões, organizando as necessidades da equipe.

Hoje, meu trabalho é bem diferente disso. Com o meu crescimento na empresa, que me elevou à posição de gerente, tive que aprender a lidar com a vontade de resolver problemas por conta própria.

O que antes era 70% com mãos na massa e 30% com atividades gerenciais, os números inverteram e a distância aumentou. Acredito que a divisão esteja, agora, em 90–10. Eventualmente, programo e faço revisões de código. Isso ocorre somente em emergências, uma vez que sou o primeiro ponto de contato.

Diante de tudo isso, é bastante difícil manter essa vontade, enquanto vejo meus colegas de trabalho demorarem a apresentar soluções, ou até mesmo soluções “alternativas” para o que estamos enfrentando.

Ao mesmo tempo que tenho que manter essa vontade, preciso guiá-los para uma solução adequada para o problema, no prazo estimado, sem obrigar a seguir a solução que pensei. Afinal de contas, eles estão na equipe porque decidi contratá-los ou dei aval às suas contratações.

Preciso demonstrar que acredito nas suas decisões e que, assim como eu, buscam o melhor para a equipe, mesmo quando penso que poderíamos ter uma solução melhor. 

Eles têm a capacidade e serão responsáveis por manter o código e as soluções criadas. Passar por cima de suas escolhas sem um bom motivo passaria a impressão de que não creio que sejam capazes.

Apenas os guiarei para cumprirem suas tarefas no prazo, que as soluções sigam a visão da alta gerência — da empresa, ou seja — e que eles mantenham ou melhorem a qualidade do que fazemos.

Não pensem nisso como sendo uma queixa contra o meu trabalho, mas sim como uma constatação de quem sempre foi do grupo da “mão na massa”, cresceu com isso e, agora, precisa controlar essa vontade descontrolada de “sujar as mãos”.